27/10/2025

- Contexto Geral
A Reforma Tributária aprovada em 2023 e regulamentada ao longo de 2024 e 2025 trará mudanças significativas a partir de 2026, com reflexos diretos para proprietários de imóveis, herdeiros e locadores. O conjunto de medidas envolve a modernização dos cadastros imobiliários, a tributação progressiva do ITCMD (herança e doação) e a inclusão dos aluguéis no novo modelo de tributação pelo IVA-dual (IBS e CBS).
- IPTU e Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB)
- Criação do Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB), integrado ao SINTER, que funcionará como um “CPF do imóvel”.
- Integração de informações de prefeituras, cartórios e Receita Federal, permitindo cruzamento automático de dados.
- Consequência prática: revisão do valor venal dos imóveis, aproximando-o do valor de mercado.
- Impacto: tendência de aumento do IPTU em grandes centros urbanos, além de maior fiscalização e redução de omissões cadastrais.
- ITCMD – Imposto sobre Herança e Doação
- A partir de 2025, as alíquotas passam a ser progressivas (2% a 8%), de acordo com o valor transmitido.
- Possibilidade de tributação de bens localizados no exterior, caso o doador ou herdeiro seja residente no Brasil (a depender de regulamentação estadual).
- Impacto: aumento da carga tributária em inventários e doações de maior valor.
- Recomendação: realizar planejamento sucessório com uso de holdings, doações graduais e testamentos, visando mitigar o ITCMD.
- Tributação de Aluguéis de Imóveis
- A partir de 2026, aluguéis deixam de ser tributados apenas pelo IRPF e passam a sofrer a incidência de IBS e CBS.
- A nova regra atinge pessoas físicas que:
- possuam mais de 3 imóveis alugados, ou
- tenham receita anual superior a R$ 240 mil.
- Regime de transição: 2026–2027 com alíquotas simbólicas; 2028–2032 de substituição gradual; 2033 plena vigência do novo sistema.
- Redutores previstos:
- 70% na base de cálculo para aluguéis residenciais;
- 40% para locação por temporada (Airbnb, Booking etc.);
- redutor social de R$ 600 por imóvel residencial/mês.
- Impacto: aumento relevante da carga tributária, estimado em até 27%, com reflexos diretos nos preços dos aluguéis.
- Estratégias de Mitigação
- Revisão cadastral: garantir regularidade de registros junto a prefeituras, cartórios e Receita.
- Planejamento patrimonial e sucessório: uso de holdings familiares, antecipação de doações e testamentos.
- Reestruturação de portfólio de imóveis: avaliar constituição de pessoa jurídica para gestão de aluguéis.
- Revisão contratual: prever repasse de tributos ao locatário, quando permitido.
- Acompanhamento jurídico e contábil contínuo: fundamental para adaptação às regras de transição até 2033.
- Conclusão
O contribuinte deve-se preparar desde já para as mudanças promovidas pela Reforma Tributária, ajustando cadastros, reestruturando seus contratos e adotando estratégias de planejamento sucessório e societário, que gerem melhores condições de mitigar os impactos financeiros e garantir segurança jurídica.